Na caverna jazem. Vivos!
Homens
e mulheres, logo que nascem,
Ali
quedam, aclamam sombras.
Acorrentados,
banalizados
a
visão dos desgraçados,
eram
quase inanimados.
A
Muralha.
Espessa
Muralha.
Feita
de pedra.
Feita
da pó..
Feita
da luz.
Fruto
das sombras,
ou
será, feita das sombras ?
Invencível
Muralha, veda as ondas.
Ondas
reverberantes, hediondas.
Ondas
quentes
Purgantes ?
Mesmo
inalterável, A Muralha,
aceitava
o esgueirar da luz e,
por
fim, oscilar sombras
no
fundo da caverna.
Mesmo
grande e forte, A Muralha
aceita
o zumbir do som e,
por
fim, criar palavras
nos ouvidos enclausurados.
Todos
contemplam, desalinhados.
sombras,
ecos.
Podres.
Todos
que lá jazem, fracos
não
agem.
Poucos
tentam se desafogar,
menos
ainda conseguem,
menos
ainda saem
menos
ainda voltam,
menos
ainda lúcidos ?
Jazem
aqui cravadas, palavras
da
história dum humano
que
passou pelas entradas.
Como
todos, jazia
inerte.
Como
tolo, falava
utópico.
Como
garotos, dormia
anamórfico.
Por
um milagre, apenas
sem
piedade, vindo,
o
humano de bondade,
sem
sua caridade,
conseguiu
sua liberdade ?!
Soltou-se
das correntes,
sem
perigos iminentes
horrorizou-se
com a Muralha.
''
Para vencê-la, será preciso mais que uma batalha!'' Gritou.
Caminhou
por entre os outros,
viu
famílias de loucos.
Escarradas,
pobres criaturas,
desacreditadas,
sem cura.
Mordeu
a amargura,
pisou
nuns tantos corpos.
''Desumano''
gritavam.
À
Muralha, por fim, chegou.
Por
um milagre, apenas
Sem
piedade, vindo.
Consegui
escalar !
Enfim,
libertar !
''Agora,
entendo!'' Gritava
Vislumbrou
a complexidade completa,
igualmente,
as sombras no fundo da caverna.
Sentiu-se
sábio,
por
um segundo, meramente.
Por
um milagre, apenas.
Sem
piedade, vindo.
Cegou.
Caiu.
Morreu.
-G.M.
Hoje, estou postando algo que eu não sei se é um conto em versos ou um poema. Criei pensando na alegoria da caverna do Platão. Espero que gostem, até mais.
Edição de 30/10/14: só eu aqui, ano passado mandando umas babaquices com Platão no meio. Que poema bobo, Platão nem sabia o que dizia.
Edição de 30/10/14: só eu aqui, ano passado mandando umas babaquices com Platão no meio. Que poema bobo, Platão nem sabia o que dizia.
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